sexta-feira, 26 de março de 2010

Quinta da Prelada


Foi na época de D. João V que a arte barroca alcança o clímax no nosso país, esta prosperidade económica foi proporcionada pela riqueza que advinha do Brasil e pelo fomento manufactureiro que proporcionou o nascimento de fábricas ligadas, inclusive, às artes decorativas.
A urbanização e a paisagem nortenha permitem a criação de novos espaços cujo acesso se concretizava por maravilhosas escadarias. Desta forma, o jardim evolui de modo destacável a partir do século XVI e XVII. Estas áreas verdes tendem a multiplicar e a gerar espaços de acolhimento, convívio, confraternização e jogos.


Situada na circunvalação da cidade do Porto, atravessada pela Via de Cintura Interna, ladeada pelo conhecido Hospital da Prelada, temos o prazer de ainda contemplar a casa da Quinta da Prelada. Este corpo é representativo da grandiosidade que sublinhava todo o conjunto desta quinta. Hoje, todo o espaço, encontra-se dividido em três pólos distintos: a Casa Senhorial, o Hospital da Prelada e o Parque de Campismo da Prelada.


Mandada construir por D. António de Noronha Meneses Mesquita e Melo, enquadra-se no segundo quartel do século XVIII, possivelmente entre 1743 e 1758. Nicolau Nasoni foi o arquitecto, também denominado por pintor florentino e responsável pela obra. A casa e o restante da quinta manteve-se na família Noronha e Meneses até 1904, contudo, a falta de descendentes levou o proprietário a doar o espaço à Santa Casa da Misericórdia do Porto, sendo esta responsável por construir um Hospital, pedido explícito em testamento.
Sobre esta obra nasoniana o Padre Agostinho Rebelo da Costa revela-nos a sua admiração com as seguintes palavras «(…) majestosa em grandeza, obeliscos, jardins, cascatas, pirâmides, labirintos e um grande lago que rodeia uma casa acastelada que está no seu centro firmada sobre uma pequena ilha


Digna de se tornar um local público e abeto à visita de todos que admirem o património português, tanto nosso e tão rico.