terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Que futuro para a História da Arte?


Depois de ler a última APHA Newletter n.º 6 da Associação
Portuguesa de Historiadores de Arte, depois de reler e até sublinhar algumas
partes decidi, através deste post, dar a minha própria opinião sobre a questão
da empregabilidade e a actual situação da História da Arte e dos seus
profissionais.
http://www.apha.pt/noticias/nl_06.pdf


Na verdade, e como foi dito, são muito poucos os alunos que
se destacam nas faculdades, no curso de História da Arte. No período em que
estudei, correspondente a 4 anos, conheci 2, chamávamos-lhes «pequenos génios»,
mas estávamos a ser modestos, claro, e a declararmo-nos como menos
inteligentes, o que custa sempre a todos…
Um deles enveredou pelo teatro ou pelo cinema, perdi-lhe o
rasto, outro encontra-se como assistente na FLUC, onde estudamos.

Mas devo louvar aqueles que continuam a lutar pelo seu
lugar, pela afirmação da profissão de historiador de arte, pela categoria e
pela bagagem académica e profissional que vão conquistando, os que conseguiram
bolsas, um lugar nas escolas ou nas câmaras.

Partilho compreensão pelos que não podem mais procurar, nem
esperar, e vêem-se obrigados a dedicar-se a call centers ou supermercados, são
sub valorizados, achincalhados ao telefone e mal ressarcidos.

Contudo a minha opinião ainda não foi manifestada, há algo
que não compreendo: porque apenas pessoas de referência, na nossa área, é que
se podem fazer ouvir? Eu não sou uma referência e vou manifestar-me neste
espaço, que considero meu e livre de opinião.

Por um lado existem cursos estruturados, com conteúdos apropriados
e um corpo docente especializado, ao mais alto nível, por outro lado está um
mercado que não absorve os alunos que se licenciam nesta área, devido ao pouco
investimento cultural, poucas saídas profissionais, pouca interdisciplinaridade
quer em gabinetes de restauro, arquitectura ou até mesmo em pelouros culturas
do sector público.

A questão que importa colocar é: vale a pena continuar a
formar? E se fizessem uma pausa de 10 anos? Escoava-se o mercado mas os
professores universitários ficariam sem emprego…? Este debate impera nos nossos
dias, mas importa realmente fazê-lo a todos os níveis.


fonte da ilustração: «The Finding of Moses» de Orazio Gentileschi, http://www.nationalgallery.org.uk/paintings/orazio-gentileschi-the-finding-of-moses

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