Localizada na cidade do
Porto e parte integrante da antiga Quinta da Prelada, apresenta-se uma peça
constituinte do conjunto escultórico que teria existido na Quinta da Prelada.
As memórias paroquiais
relembram o ambiente artístico e natural da quinta:
««(…)
Vai a rua principal ter a hum pateo aonde se forma hua escada de dois lanços,
no meyo do pateo está hua fonte que he hum cagado, que lança agoa pella boca, e
ella cahe em hua grande conxa; serve de ornato áquella figura dois rapazes com
semilhanças de monstros e este sitio he de obra moyzaica (…)»
Uma construção escultórica
robusta, mas que nos deixa inteirados de toda a apetência do arquiteto Nicolau
Nasoni, da habilidade dos canteiros do norte e de toda a funcionalidade da
pedra.
Uma mulher eleva um objeto
na sua mão direita, enquanto olha na direção dele. As suas roupas revelam-nos
elegância feminina, pelo aperto do espartilho na cintura. Esta peça de roupa
mostra efeitos concheados, obedecendo ao resto do conjunto, relacionado com o
elemento água. Uma espécie de lufada de ar acrescenta movimento à saia, que
deixa revelar os joelhos e mostra os botins com ornamento de flores. A senhora
apoia-se num golfinho, tendo os pés na cabeça do mamífero e a mão apoiada na
cauda do animal permite-lhe equilíbrio. Estes elementos encimam um frontão
interrompido e apoiados neste frontão dois monstros marinhos seguram o cágado
por onde jorra a água. A água cai numa tina com terminação em concha,
posteriormente, e dada a sua irregularidade na borda, a água desaba para um
suporte semicircular e regular.
Fontes:
VITERBO, Sousa, Dicionário
histórico e documental dos arquitectos, engenheiros e construtores portugueses,
Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da
Moeda, 1988.
BORGES, Nelson, «Do barroco ao rococó», in História da Arte em Portugal, Lisboa:
Publ.Alfa, 1987.
CUNHA, Manuela, Paraíso Barroco, a Quinta da Prelada, trabalho
de seminário no âmbito da Licenciatura em História da Arte, apresentado à
faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2007 (não publicado).
Mais uma fabuloso tesouro perdido... obrigado por partilhar...
ResponderEliminarObrigada por acompanhar Gastão. Feliz 2013!
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