No passado domingo visitei o Museu Nacional Machado de
Castro, em Coimbra.
Após alguns anos encerrado e numa segunda fase com o criptopórtico
acessível ao público, a coleção do museu abre-se novamente ao público para
desfrute e contemplação.De cara lavada o museu encontra-se ampliado, com novas salas, com diferentes temáticas e com uma coleção riquíssima.
Poderia salientar algumas peças, mas isso ficará para outros
posts, que certamente apreciarão. O Museu Nacional Machado Castro apresenta 5
pisos expositivos, do -2 até ao 2.º andar. Alberga coleções de arquitetura, arqueologia,
escultura, ourivesaria, joalharia, pintura, desenho, cerâmica, têxteis,
mobiliário entre outras.
Numa leitura sobre a exposição destaco os novos suportes das
peças, numa mistura entre o ferro e a pedra muito agradável. Pese embora a
organização das legendas é, por vezes, difícil e confusa pelo agrupamento
adotado.
A integração do espaço arquitetónico da antiga igreja de S. João
de Almedina mostra parte do claustro, a abside e um excerto das escavações, que
permite ao visitante compreender as diferentes camadas estratigráficas e os
seus períodos de ocupação.
Os corredores são amplos e em determinadas zonas gozam de
iluminação natural que confere às peças jogos de luz e sombra. O afastamento
dos plintos e das respetivas peças das paredes, resultam numa solução
interessante, uma vez que permite ao visitante ver toda a peça deambulando em
redor da mesma, e perceber a verdadeira anatomia escultórica.
A sala que apresenta o conjunto escultórico da Última Ceia
de Hodart é a mais intimista. O conjunto foi premiado pela APOM (Associação
Portuguesa de Museologia) em 2012, que atribuiu o prémio para Melhor
Intervenção de Conservação e Restauro. As luzes exatamente focadas nos protagonistas,
o espaçamento entre cada um e a divisão por três grupos possibilitam analisar
os rostos de perto, sentir a contorção dos corpos e a direção dos olhares.
Contudo e devido ao estado de conservação das peças, não é possível identificar
todos os apóstolos.
As salas dedicadas à pintura revelam rostos matreiros,
outros em oração, uns tristes e outros ainda em contemplação. As peças de
ourivesaria e joalharia ostentam o brilho e as linhas de um talhe minucioso.
Por último destacamos os vigilantes presentes nas salas,
sempre prestáveis, atentos e verdadeiros orientadores no novo edifício.
Em suma, Coimbra apresenta um museu renovado, aumentado e
melhorado, não deixem de visitar e no fim da visita coloquem os conhecimentos à
prova nos jogos disponíveis na sala multimédia.
Manuela Cunha, fevereiro de 2013.
Mais informação e bibliografia sobre o Museu Nacional
Machado Castro:
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