segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ócio, Lazer e Tempo Livre nas Culturas Contemporâneas


Ócio, lazer e tempo livre nas Culturas Contemporâneas foi o tema do III Congresso Internacional em Estudos Culturais, que teve lugar na Universidade de Aveiro, nos dia 28 e 29 de Janeiro do presente ano de 2013.
A organização deste congresso ficou a cargo do programa doutoral em Estudos Culturais, da Universidade de Aveiro e Minho.
Toda a informação sobre o congresso, desde o programa até à organização, constam no site: http://ociocultura.web.ua.pt/
Como participante atrevo-me a fazer um balanço pessoal que, como sempre, gosto de partilhar com todos os que seguem os 5 minutos de arte.
Confesso que nunca tinha pensado no ócio, diretamente, como um tema de investigação quer no campo histórico, literário e até ao campo da psicologia (áreas que também estiveram representadas no congresso). Pensei no turismo e no lazer, como tal submeti a minha comunicação relativa às «Termas de Vizela, um espaço de saúde, de turismo e de lazer», mas foi também um espaço de ócio, de nada fazer para fazer algo por casa um ou pelo outro.
Na verdade existem grupos de investigação do ócio em Portugal, em Espanha e no Brasil, para falar dos países representados no congresso. Da mesma forma também existem programas de financiamento de investigação nestas áreas, para enunciar apenas alguns exemplos recordo alguns nomes mencionados por Cristina Ortega, na Universidade de Deusto, o Horizon 2020, Europe Aid e Creative Europe.
Desafio todos a pensarem um bocadinho sobre este tema e deixo-vos com a minha conclusão, do artigo escrito para o congresso:
«O termalismo nacional passou por diversas fases, nomeadamente o seu período de crescimento e desenvolvimento, entre 1890 e 1930, uma fase de declínio, entre os anos 30 e 70 do século XX e na atualidade apresenta um novo capítulo de rejuvenescimento e atualização.
O momento de ir a banhos não se cingia apenas a isso. Efetivamente o tempo passado no balneário era muito curto, o resto do dia era passado no comércio local, nos espaços desportivos, no parque termal, entre passeios, conversas e festas.
A «vita nouva» nas localidades termais contagiava todos os públicos, entre eles os locais e os que se deslocavam às termas por períodos de 7 a 14 dias. Os aquistas, ou termalistas, um pouco por toda a europa contavam com diversos divertimentos à sua disposição sempre que iam às termas.
É conveniente destacar que os polos termais eram em simultâneo polos de desenvolvimento comercial, económico, turístico e social. Exemplo disso mesmo foi a situação do jogo retratada em Vizela; as dinâmicas desenvolvidas pela junta de Turismo e ainda os reforços policiais requeridos na época alta para que os aquistas se sentissem em segurança.
Considera-se que o termalismo nacional apresenta, na atualidade, várias mudanças positivas a destacar:
a)      o público termal está em mudança, nele inserem-se variadas faixas etárias;
b)      os espaços termais apresentam-se renovados e mais atrativos;
c)      os balneários termais oferecem soluções de fins-de-semana, retiros e miniférias, mais acessíveis e que atingem um público mais alargado;
d)      vários espaços termais nacionais sofreram remodelações profundas e transformações que os reconfiguraram em spa/termal e depois de contactar os respetivos grupos conclui-se que os níveis de ocupação são elevados;
e)      Vizela apresenta uma unidade termal em melhoramento e reconversão, tem ainda um hotel, integrante do grupo termal que apenas aguarda por obras de melhoramento;
f)       a cidade foi selecionada para integrar o grupo de cidades Slow citties pela qualidade de vida que ostenta;
g)      o imóvel do balneário termal é um símbolo de atratividade arquitetónica que aliando a novas valências e tendências artísticas pode tornar-se uma mais-valia.
Respondendo às questões levantadas pela organização pensa-se que o ócio tem, efetivamente, lugar na sociedade atual, pelo simples motivo que todos necessitam de nada fazer para ter tempo para fazer alguma coisa, neste leque pode inserir-se uma ida ao parque termal, às compras ou mesmo às termas.
O termalismo e as experiências de contexto termal extravasam a área do balneário e dos banhos. Por esse motivo o termalismo é uma área de desenvolvimento turístico, de expansão económica, de lazer e passeio».
 
 

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