Ócio, lazer e tempo livre nas Culturas Contemporâneas foi o tema do III
Congresso Internacional em Estudos Culturais, que teve lugar na Universidade de
Aveiro, nos dia 28 e 29 de Janeiro do presente ano de 2013.
A organização deste
congresso ficou a cargo do programa doutoral em Estudos Culturais, da
Universidade de Aveiro e Minho.
Toda a informação
sobre o congresso, desde o programa até à organização, constam no site: http://ociocultura.web.ua.pt/
Como participante
atrevo-me a fazer um balanço pessoal que, como sempre, gosto de partilhar com
todos os que seguem os 5 minutos de arte.
Confesso que nunca
tinha pensado no ócio, diretamente, como um tema de investigação quer no campo
histórico, literário e até ao campo da psicologia (áreas que também estiveram
representadas no congresso). Pensei no turismo e no lazer, como tal submeti a
minha comunicação relativa às «Termas de Vizela, um espaço de saúde, de turismo
e de lazer», mas foi também um espaço de ócio, de nada fazer para fazer algo
por casa um ou pelo outro.
Na verdade existem
grupos de investigação do ócio em Portugal, em Espanha e no Brasil, para falar
dos países representados no congresso. Da mesma forma também existem programas
de financiamento de investigação nestas áreas, para enunciar apenas alguns
exemplos recordo alguns nomes mencionados por Cristina Ortega, na Universidade
de Deusto, o Horizon 2020, Europe Aid e Creative Europe.
Desafio todos a
pensarem um bocadinho sobre este tema e deixo-vos com a minha conclusão, do
artigo escrito para o congresso:
«O
termalismo nacional passou por diversas fases, nomeadamente o seu período de
crescimento e desenvolvimento, entre 1890 e 1930, uma fase de declínio, entre
os anos 30 e 70 do século XX e na atualidade apresenta um novo capítulo de
rejuvenescimento e atualização.
O momento de ir a banhos não se
cingia apenas a isso. Efetivamente o tempo passado no balneário era muito
curto, o resto do dia era passado no comércio local, nos espaços desportivos,
no parque termal, entre passeios, conversas e festas.
A «vita nouva» nas localidades
termais contagiava todos os públicos, entre eles os locais e os que se
deslocavam às termas por períodos de 7 a 14 dias. Os aquistas, ou termalistas,
um pouco por toda a europa contavam com diversos divertimentos à sua disposição
sempre que iam às termas.
É conveniente destacar que os polos
termais eram em simultâneo polos de desenvolvimento comercial, económico,
turístico e social. Exemplo disso mesmo foi a situação do jogo retratada em
Vizela; as dinâmicas desenvolvidas pela junta de Turismo e ainda os reforços
policiais requeridos na época alta para que os aquistas se sentissem em
segurança.
Considera-se que o termalismo nacional
apresenta, na atualidade, várias mudanças positivas a destacar:
a)
o público termal
está em mudança, nele inserem-se variadas faixas etárias;
b)
os espaços
termais apresentam-se renovados e mais atrativos;
c)
os balneários
termais oferecem soluções de fins-de-semana, retiros e miniférias, mais
acessíveis e que atingem um público mais alargado;
d)
vários espaços
termais nacionais sofreram remodelações profundas e transformações que os
reconfiguraram em spa/termal e depois de contactar os respetivos grupos
conclui-se que os níveis de ocupação são elevados;
e)
Vizela apresenta
uma unidade termal em melhoramento e reconversão, tem ainda um hotel,
integrante do grupo termal que apenas aguarda por obras de melhoramento;
f)
a cidade foi
selecionada para integrar o grupo de cidades Slow citties pela qualidade de vida que ostenta;
g)
o imóvel do
balneário termal é um símbolo de atratividade arquitetónica que aliando a novas
valências e tendências artísticas pode tornar-se uma mais-valia.
Respondendo às questões
levantadas pela organização pensa-se que o ócio tem, efetivamente, lugar na
sociedade atual, pelo simples motivo que todos necessitam de nada fazer para
ter tempo para fazer alguma coisa, neste leque pode inserir-se uma ida ao parque
termal, às compras ou mesmo às termas.
O termalismo e as experiências de
contexto termal extravasam a área do balneário e dos banhos. Por esse motivo o
termalismo é uma área de desenvolvimento turístico, de expansão económica, de
lazer e passeio».
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