segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fado

Para celebrar o FADO, como Património Imaterial da Humanidade, transcrevo a letras de um dos mais lindos fados, cantado por Mariza, intitulado CHUVA.


As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir


Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir


São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder


Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer


A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera


Ai… meu choro de moça perdida
Gritava à cidade
Que o fogo do amor sob chuva
Há instantes morrera


A chuva ouviu e calou
Meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade


fonte das imagens: http://ritaschultz.wordpress.com/2011/02/08/a-lenda-da-chuva/

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Centro Interpretativo de Santa Clara-a-Velha, análise crítica



No passado domingo fui até ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. O mosteiro merece visita regular, pela sua beleza, amplitude e pelas marcas da história e das águas tão vincadas nas suas paredes.

O centro interpretativo foi a primeira vez que visitei. O edifício de características geométricas apresenta, logo à partida, uma estrutura que permite expor o espólio exumado das escavações, numa espécie de reserva ao ar livre. A solução parece-me positiva, pela exposição, desde que sejam assegurados todos os princípios de segurança e preservação.


No interior do centro interpretativo foram-nos dadas todas as informações relativas ao espaço, a sua utilização e respeitantes aos documentários que são projectados num pequeno auditório e noutra sala de projecção que o centro dispõe. Estas projecções não são demoradas nem cansativas, daí a nossa recomendação para que não deixem de ser visualizadas.

Gostaríamos de ilustrar os pontos que destacaremos ao longo da análise com fotos, mas estas não são permitidas no interior, mas esperamos que visitem o espaço e debatam connosco as vossas opiniões.


A sala de exposições permanentes apresentava um espólio muito variado desde porcelanas, a faianças, anéis, objectos de uso pessoal e culinário a esculturas de diversos tamanhos. De modo a explicar cada etapa da vida do mosteiro e das clarissas, as paredes revestiam-se de pequenos painéis, com imagens, textos, notas históricas, etc. Do nosso ponto de vista, seria mais harmonioso, uma estrutura em lettering na parede ou um único painel, por tema, com toda a composição que evitava o uso de 3 ou 4 pequenos painéis atrás das peças expostas.


As vitrinas com utensílios de cozinha expunham uma estrutura museográfica, por vezes, de difícil leitura. Se na vitrina, que continham utensílios coloridos, a legenda apresentava essas mesmas cores, era fácil ler a mesma assim como as peças, por outro lado, quando não há cores nas peças e a disposição não obedece, rigorosamente, à estrutura desenhada na legenda, a apreensão é impossível.

Em contraponto com estes, pequenos, aspectos a parede em vidro permitia, que trocássemos olhares com o mosteiro de quase todos os pontos da exposição.

A sala de exposição temporária apresenta, à data, uma exposição de fotografia.


No exterior e a caminho do mosteiro, um passadiço leva-nos até uma horta monástica; a um amplo relvado e finalmente contactamos com o mosteiro.


Descrevê-lo não é o nosso objectivo, esperemos que todos tenham a oportunidade de visitar tão belo monumento. Mas, há aspectos que merecem a nossa crítica. Temia ver qual o pavimento que encontraram como solução, no interior do mosteiro, nomeadamente para públicos de mobilidade reduzida. Positivamente foi revestido por placas metálicas, que possibilitam a visita a qualquer pessoa. Enquanto subíamos as escadas em caracol, para o pavimento superior encontramos um carrinho de mão, baldes e esfregonas de limpeza, cuja arrumação deveria ser mais discreta, dentro de uma arca, por exemplo de modo a não se destacar tanto.

No regresso ao centro de interpretação paramos na cafetaria, com uma, muito simpática com um espelho de água, remetendo para o elemento que fez parte da história do mosteiro. A paisagem que vislumbramos da cafetaria, é sem dúvida magistral, à excepção das estruturas habitacionais localizadas a Oeste, cuja recuperação deveria ser obrigatória, dado o enquadramento paisagístico.

Para finalizar referimos a loja do centro. É com pena que referimos este bloqueio ao visitante/comprador. Foi colocado um separador, como se de um quadro se tratasse, e não nos fosse permitido tocar e escolher os objectos. Este cerco impede a compra, cinge o visitante, que não pega, não mexe e não compra, logo não gera receita. agradeço à Ju pelas fotos, pela companhia e pela amizade ;) e pelo profissionalismo, que até fiquei favorecida.