sábado, 19 de setembro de 2009

Um café e uma sms


Desde há algum tempo para cá tenho-me apercebido de uma mudança comportamental na nossa sociedade.

Actualmente assistimos a pessoas sozinhas que querem tomar um café, sair um pouco ou ler o jornal mas, por motivos alheios a si mesmos, não tem companhia para tal. Posto isto assistimos a situações de indivíduos que se deslocam ao café com uma “pessoa” mas a alguns km de distância… como é possível tal fenómeno? Vídeo-conferência?! Podia ser, mas não.

A resposta é simples, através de uma sms.
Em cada gole de café existe um telemóvel na mão e é enviada uma mensagem escrita.
A que conclusão chegamos com isto?
Podemos pensar da seguinte forma: por um lado não há nada melhor que tomar um café em boa companhia, ou para iniciar ou para encerrar o dia; por outro lado é bom tomar um café enquanto “falamos” com alguém querido mas que simplesmente não está perto.
Já deve ter acontecido a todos nós, mas se ainda não aconteceu congratulo essas pessoas. Para aquelas que vivem esta situação com frequência só deixo uma mensagem: a solidão e cm bber 1 café s/ açúcar, c c/panhia o café torna s doce, aptcível e tentadora/e repetível. (transcrição: a solidão é como beber um café sem açúcar, com companhia o café torna-se doce, apetecível e tentadoramente repetível)

Por outro lado ainda acontece outro fenómeno: por vezes estamos acompanhados e mesmo assim enviamos uma sms a outra pessoa, mas porquê? Este é o fenómeno da necessidade de comunicação, embora esta possa ser impessoal e com pouco contacto físico.
Agora tenho o prazer de partilhar com todos os leitores um dos e-mails mais bonitos que recebi e que, até agora, mais me fez reflectir sobre as minhas prioridades.
Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golfe. A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que “Sim”.

O professor pegou então numa caixa de fósforos e despejou-os dentro do frasco. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que “Sim”.

Logo, o professor pegou numa caixa de areia e a despejou-a dentro do frasco. Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o professor questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um “Sim” retumbante.

O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes riram-se nesta ocasião. Quando os risos terminaram, o professor comentou:“Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes: a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas, que mesmo que perdessemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia. Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro etc. A areia é tudo o resto, as pequenas coisas. Se primeiro colocamos a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastamos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Prestem atenção às coisas que realmente importam. Estabeleçam as vossas prioridades, e o resto é só areia”.
Um dos estudantes levantou a mão e perguntou: “Então e o que representa o café?” O professor sorriu e disse: “Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que por mais ocupada que a vossa vida possa parecer, há sempre lugar para tomar um café com um amigo”.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Como seria a face da Vitória de Samutrácia?



Muitas vezes coloco esta questão mas nunca consigo chegar a uma conclusão.

Pensasse tratar-se da deusa Atena Nike e foi encontrada já no século XIX na ilha de Samotrácia no Mar Egeu. Em grego o seu nome é Nike tes Samothrakes.
Esta é sem dúvida a escultura grega que elejo como a minha predilecta. Talvez por estar incompleta, ou melhor por ter sofrido com a agressividade dos tempos e dos mares torna-se tão enigmática. Mesmo sem braços e sem cabeça não perde o encanto e o misticismo.

A sua forma corporal é tão perfeita… tão real que conseguimos sentir o vento que ondula as suas roupas. O vento que sopra contra o corpo da Vitória deixa adivinhar as suas formas femininas de deusa. Na minha opinião, muito humilde por sinal, o Museu do Louvre devia colocar fortes ventoinhas contra a Vitória para que sintamos no local a aragem forte que ajuda a esculpir a estátua.

Se o corpo revela uma mestria impar no tratamento o rosto não deveria ser menos imponente. Dada a perfeição da mão do artista, imaginar o rosto torna-se muito difícil mas aliciante. Porque não tentar desenvolver um rosto para um corpo inimitável? Fica a deixa…e o sonho…
Algumas obras defendem que a deusa está a pousar na proa do navio, daí a sua forma desequilibrada. Eu gosto de pensar que ela está a levantar voo, que possivelmente abriu as asas e está a impulsionar o corpo para se levantar, para visualizar o mar e controlar possíveis perigos que este possa a apresentar aos navegadores.

Ela salva e abriga os desesperados nas suas asas.
Ela equilibra o barco em altura de caos.
Ela luta com quem a enfrenta.
Ela suporta o vento e a tempestade.
Ela encanta com o voo.
Ele deveria ser a mais bela deusa do mundo.