quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Revestimentos e Pigmentos no Mundo Antigo

Passamos a divulgar a seguinte iniciativa…

Workshop "Revestimentos e Pigmentos no Mundo Antigo"
A realizar no próximo dia 28 de Janeiro no Museu Nacional de Arqueologia.
Uma Iniciativa do Centro de Arqueologia de Almada e do Museu Nacional de Arqueologia.
Inscrições até dia 26 de Janeiro.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A arte morre?

Há dias fui visitar o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado. Fiquei vidrada logo no hall de entrada com a representação «A Viúva» de António Teixeira Lopes, executada em 1893.


Uma obra intrigante, comovente e real. Por um lado a depressão, o choque e a passividade nos olhos de uma mãe, por outro o desespero e o choro na face de uma criança que deseja mamar e alimentar-se.



Uma peça com vida eterna, mas desgastada pela perspectiva com que sempre a vemos.
Ganha uma nova vida quando integrada num projecto como o «Outros Olhares – Novos Projectos» com curadoria de Adelaide Gingo. Esta iniciativa do MNAC teve início em Março de 2010 e pretende contribuir para uma nova reflexão da própria colecção do MNAC.

No primeiro piso vemos, num espaço de transição, uma série de telas redondas, sendo que o artista quer transmitir uma dinâmica ocular, com aspectos concretos da 'viúva', conferem uma nova leitura da obra dada por António Olaio.
A escolha do artista plástico e professor universitário foi objectiva e estratégica: trabalhar uma das peças mais vistas do Museu.






As palavras de António Olaio são esclarecedoras e transparecem a química entre artista e obra e num primeiro plano a química que a obra de António Teixeira Lopes provocou em António Olaio.
«Só faltava fazê-la. “This widow is blocking my windows” é, assim, uma exposição que nasce da própria condição daquela escultura. E, na relação com ela, posso dizer que:

- Obsessivamente, pela sua incontornável dimensão erótica, me ocupa totalmente o campo de visão.

- Tapando-me as janelas, só me deixa um espaço interior (introspecção, ou a fatalidade de ter de me conformar com um interior como meu único espaço exterior)

- Bloqueando-me o meu Windows, queixo-me deste século XIX que me bloqueia o computador. Ou talvez da permanência de cada século passado que insiste em ficar, que não reconhece qualquer rigor na valoração simbólica de um mero instante, da passagem de um século para outro.

As telas redondas assumem uma condição ocular, consequência conceptual de ter o cérebro nos olhos, e a canção do vídeo acrescenta outros sentidos:

Your darkness is all I can see / I’m trapped in 19th century / Don’t know if it’s morning or night/ Outside is out of my sight/…»





Com os olhos preenchidos a cinza, com vida nova… com os pés quase que se querendo esticar pelo cansaço e pela dor. Uma outra análise, para uma abertura de leituras e janelas perante a arte.
Paralelamente um vídeo transmite imagens da obra que se encontra no piso da entrada, sendo o seu objectivo não só complemento e/ou comparação mas sim fruição de todos os nossos sentidos e com toque na nossa alma.

A arte morre? Nunca! A arte vive em quem a mantém viva, a arte prospera e revive em todos nós que a admiramos.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Prémios Associação Portuguesa de Museologia - APOM

PRÉMIO INCORPORAÇÃO
Museu de São Roque – Cofre Relicário S. Francisco Xavier
Museu Nacional de Arte Antiga – Doação Castro Pina.



PRÉMIO PROJECTO INTERNACIONAL
Menção Honrosa
Fundação Arpads Szenes- Vieira da Silva
“ Au fil du temps. Percurso fototipográfico de Maria Helena Vieira da Silva », realizado no Museu Óscar Nieymer, Curiba, Brasil
Prémio
“ Património de Origem Portuguesa do Mundo”, Fundação Calouste Gulbenkian.


PRÉMIO INFORMAÇÃO TURISTICA/VISITANTE
Castelo S. Jorge, EGEAC/CML
Promoção do Turismo Cultural na cidade de Funchal – DRAC- Direcção Regional dos Assuntos Culturais da Direcção Regional dos Assuntos Culturais e Promoção Turística
Promoção Turística da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão.



PRÉMIO INSTITUIÇÃO
Federação dos Amigos dos Museus
Fundação Ricardo Espírito Santo



PRÉMIO MECENATO
Nestlé
Cimpor



MELHOR INTERVENÇÃO EM CONSERVAÇÃO E RESTAURO
Menção Honrosa:
Farmácia Estácio, Porto – Museu da Farmácia
Templo de Memórias – Igreja Matriz de Bucelas
Restauro de andor, em forma de navio, séc. XVIII - Igreja do Colégio de Angra de Heroísmo.
Prémios:
Órgãos da Basílica de Mafra – Palácio Nacional de Mafra
Departamento de Reserva, Conservação e Restauro do Sport Lisboa e Benfica



MELHOR TRABALHO DE MUSEOGRAFIA
Menções Honrosas:
Reservas visitáveis Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo
Museu da Escrita do Sudoeste, Almodôvar – “ A vida e a morte na Idade do Ferro”
Prémio:
Casa da Lavoura e Oficina do Linho, Museu Etnográfico da Várzea, Calde, Viseu.



MELHOR ESTUDO SOBRE MUSEOLOGIA
Menção Honrosa:
História Viva. A Recriação Histórica como Veículo de Divulgação do Património Histórico e Artístico Nacional (1986-2009). Conceitos e Práticas – Raquel da Assunção Alves Coelho
Prémio:
A Galeria de Exposições Temporárias do Mosteiro de Alcobaça – Reflexões e contributos na Óptica do discurso expositivo – Joana Maria d’Oliva Monteiro.



MELHOR TRANSPORTE DE PATRIMÓNIO
Prémio:
Museu Nacional de Arte Antiga - Transporte Tapeçarias Pastrana, realizado pela Feiro Expo.



MELHOR APLICAÇÃO DE GESTÃO E MULTIMÉDIA
Menções Honrosas:
Museu Municipal de Arruda dos Vinhos
Museu dos Besteiros/ CM de Tondela
Museu de Freixo Espada à Cinta
Prémio:
Museu da Cidade – Maqueta 3 D Terramoto de 1755.



MELHOR COMUNICAÇÃO ON-LINE
Menção Honrosa:
Musing on Culture, de Maria Vlachou
Prémio:
Boletim Informativo do IGESPAR.



MELHOR SITE
Menções Honrosas:
Mosteiro de Alcobaça
Museu de Évora
Prémio:
Fundação Oriente
Museu do Côa


MELHOR TRABALHO JORNALISTICO
Prémios:
Agência Lusa
Time Out
National Geographic



MELHOR TRABALHO NA ÁREA DA MUSEOLOGIA
Prémio:
Museu para que te Quero – Ministério da Educação, Dra. Eliza Marques
Museu Virtual do Ministério da Educação – Ministério da Educação, Dra. Paula Telo.



MELHOR SERVIÇO DE EXTENSÃO CULTURAL
Menções Honrosas:
Museu de Arte Sacra e Etnologia (Fátima)
Centro de Interpretação Ambiental de Viana do Castelo
Prémios:
Museu do Café
Museu Nacional do Traje (IMC)
Museu Arqueológico Municipal José Monteiro (Fundão).



PRÉMIO INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE
Menções Honrosas:
Museu Municipal de Coimbra. Centenário do Edifício Armazéns do Chiado
Museu das Comunicações: Madragoa, História de Viajantes
Prémios:
Projecto das Actividades Comemorativas do Centenário do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco
Algarve: do Reino à Região. Rede de Museus do Algarve.



MELHOR CATÁLOGO
Menção Honrosa:
Sala do Veado Vinte Anos – Museu Nacional de História Natural
Prémios:
Carolina Beatriz Ângelo - Museu da Guarda (IMC)
Arte Oriental nas Colecções do Museu de São Roque.



MELHOR EXPOSIÇÃO
Menção Honrosa:
Tarrafal – Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira
Prémios:
Exposições integradas nas Comemorações do Centenário da República
Invenção da Glória. D. Afonso V e as Tapeçarias de Pastrana”, Museu Nacional de Arte Antiga.



MELHOR MUSEU PORTUGUÊS
Menções Honrosas:
Aquário Vasco da Gama, Museu da Santa Casa da Misericórdia de Viseu e Mimo Leiria
Prémio:
Museu do Papel, Santa Maria da Feira.



PRÉMIO PERSONALIDADE NA ÁREA DA MUSEOLOGIA
Professor Luís Casanovas.



Fonte: http://www.pportodosmuseus.pt/

domingo, 11 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

António Olaio e João Mendes Ribeiro, no Colégio das Artes

O Colégio das Artes da Universidade de Coimbra organiza a 2ª edição do ciclo de conferências subordinado ao título As Artes do Colégio, no âmbito do seu programa de Doutoramento em Arte Contemporânea.


O ciclo, que se prolongará durante o primeiro semestre do ano lectivo de 2011-2012, terá a sua próxima sessão no dia 9 de dezembro, na Casa das Caldeiras, às 14.30 horas.
No final será possível visitar a exposição My Choice – obras da coleção British Council selecionadas por Paula Rego.


A próxima sessão, a realizar no dia 16 de dezembro, sempre pelas 14.30 horas, contará com as conferências de, respectivamente: Nuno Porto Pedro Pousada



Universidade de Coimbra - Colégio das Artes
Apartado 3066
3001 - 401 Coimbra
Tel. +351 239 857 019

domingo, 4 de dezembro de 2011

Museu Judaico - Belmonte, reflexão

Numa curta visita a Belmonte fomos recebidos pelo Castelo cuja adaptação arquitectónica, louvável, permite o desenvolvimento de diversas actividades no âmbito do espectáculo e eventos.

No posto de Turismo percebemos que tínhamos 7 museus que poderíamos visitar. Repito 7, para a área geográfica de Belmonte, 133.24 Km2. De entre eles o Ecomuseu do Zezere, Museu Judaico, Museu do Azeite, Centro Interpretativo ‘Caminhos da Fé’, Centro Interpretativo de Belmonte, Espaço Museológico do Castelo de Belmonte, Museu dos Descobrimentos, entre outros. Alguns deles devo dizer distanciam-se 100m uns dos outros.

Hoje debruçamo-nos numa pequena crítica/pensamento relativa ao museu Judaico, um dos que visitamos.

Antes de passar ao cerne da questão devemos salientar a pequena vila de Belmonte merece uma visita obrigatória. O centro da vila, muito limpo e cuidado, quase que nos remete a tempos passados, pela construção empedrada, pelas placas em madeira referentes a loja de antiguidades, indicativas do castelo, do turismo etc.

No Museu Judaico não nos foi autorizada a captação de imagens, remetemos para o final a fonte das imagens. A nossa discussão prende-se apenas com a designação de museu. O museu judaico pequeno, com duas pequenas salas expositivas, o espólio proveniente de uma colecção particular, sem loja de museu, nem cafetaria... No site da Câmara Municipal de Belmonte podemos ler «O museu é composto por três pisos. A partir da entrada principal, no piso 1, acede-se a um átrio/recepção, onde se localizam os serviços de atendimento, a loja do museu e um auditório. Por escadaria e elevador, sobe-se ao piso 2, destinado à exposição permanente. Aqui, o percurso inicia-se por uma visão abrangente dos conteúdos do Judaísmo. Depois, o trajecto continua com um núcleo dedicado à história e cultura judaica em Portugal (…) O piso 3 é reservado para exposições temporárias, para a área da direcção e administração e ainda para o Centro de Estudos Judaicos». Efectivamente o 3.º piso não estava visitável no domingo em que nos deslocamos a Belmonte.

Reforçamos a disposição museográfica, ao nível de lettering utilizado nos separadores que enunciavam a história do judaísmo em Belmonte, nomes de destaque da sua história e descrição de alguns ritos, sempre com a cruz de 6 pontas constantemente presentes em cada expositor.

Ficamos com a dúvida, dada a dimensão dos museus que visitamos, se não faria mais sentido criar um Museu de Belmonte com pequenos núcleos dedicados ao azeite, aos descobrimentos, aos judeus e assim por diante. Até que ponto se pode designar Museu a estes espaços confinados à vila, rapidamente visitáveis, com escassez de bibliografia para venda, com poucos objectos de merchensaiding e bastante dedicados a grupos de investigação dedicados ao judaísmo.

Apenas uma questão que levantamos, num espaço pago, mesmo ao domingo. Possivelmente por esse facto fomos os únicos visitantes durante uma hora, a duração da nossa visita.


fonte das imagens:

http://imageshack.us/photo/my-images/507/dsc0228ht5.jpg/

http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=27740

http://www.eurostand.pt/index.htm?no=201000100003,002


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fado

Para celebrar o FADO, como Património Imaterial da Humanidade, transcrevo a letras de um dos mais lindos fados, cantado por Mariza, intitulado CHUVA.


As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir


Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir


São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder


Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer


A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera


Ai… meu choro de moça perdida
Gritava à cidade
Que o fogo do amor sob chuva
Há instantes morrera


A chuva ouviu e calou
Meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade


fonte das imagens: http://ritaschultz.wordpress.com/2011/02/08/a-lenda-da-chuva/

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Centro Interpretativo de Santa Clara-a-Velha, análise crítica



No passado domingo fui até ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. O mosteiro merece visita regular, pela sua beleza, amplitude e pelas marcas da história e das águas tão vincadas nas suas paredes.

O centro interpretativo foi a primeira vez que visitei. O edifício de características geométricas apresenta, logo à partida, uma estrutura que permite expor o espólio exumado das escavações, numa espécie de reserva ao ar livre. A solução parece-me positiva, pela exposição, desde que sejam assegurados todos os princípios de segurança e preservação.


No interior do centro interpretativo foram-nos dadas todas as informações relativas ao espaço, a sua utilização e respeitantes aos documentários que são projectados num pequeno auditório e noutra sala de projecção que o centro dispõe. Estas projecções não são demoradas nem cansativas, daí a nossa recomendação para que não deixem de ser visualizadas.

Gostaríamos de ilustrar os pontos que destacaremos ao longo da análise com fotos, mas estas não são permitidas no interior, mas esperamos que visitem o espaço e debatam connosco as vossas opiniões.


A sala de exposições permanentes apresentava um espólio muito variado desde porcelanas, a faianças, anéis, objectos de uso pessoal e culinário a esculturas de diversos tamanhos. De modo a explicar cada etapa da vida do mosteiro e das clarissas, as paredes revestiam-se de pequenos painéis, com imagens, textos, notas históricas, etc. Do nosso ponto de vista, seria mais harmonioso, uma estrutura em lettering na parede ou um único painel, por tema, com toda a composição que evitava o uso de 3 ou 4 pequenos painéis atrás das peças expostas.


As vitrinas com utensílios de cozinha expunham uma estrutura museográfica, por vezes, de difícil leitura. Se na vitrina, que continham utensílios coloridos, a legenda apresentava essas mesmas cores, era fácil ler a mesma assim como as peças, por outro lado, quando não há cores nas peças e a disposição não obedece, rigorosamente, à estrutura desenhada na legenda, a apreensão é impossível.

Em contraponto com estes, pequenos, aspectos a parede em vidro permitia, que trocássemos olhares com o mosteiro de quase todos os pontos da exposição.

A sala de exposição temporária apresenta, à data, uma exposição de fotografia.


No exterior e a caminho do mosteiro, um passadiço leva-nos até uma horta monástica; a um amplo relvado e finalmente contactamos com o mosteiro.


Descrevê-lo não é o nosso objectivo, esperemos que todos tenham a oportunidade de visitar tão belo monumento. Mas, há aspectos que merecem a nossa crítica. Temia ver qual o pavimento que encontraram como solução, no interior do mosteiro, nomeadamente para públicos de mobilidade reduzida. Positivamente foi revestido por placas metálicas, que possibilitam a visita a qualquer pessoa. Enquanto subíamos as escadas em caracol, para o pavimento superior encontramos um carrinho de mão, baldes e esfregonas de limpeza, cuja arrumação deveria ser mais discreta, dentro de uma arca, por exemplo de modo a não se destacar tanto.

No regresso ao centro de interpretação paramos na cafetaria, com uma, muito simpática com um espelho de água, remetendo para o elemento que fez parte da história do mosteiro. A paisagem que vislumbramos da cafetaria, é sem dúvida magistral, à excepção das estruturas habitacionais localizadas a Oeste, cuja recuperação deveria ser obrigatória, dado o enquadramento paisagístico.

Para finalizar referimos a loja do centro. É com pena que referimos este bloqueio ao visitante/comprador. Foi colocado um separador, como se de um quadro se tratasse, e não nos fosse permitido tocar e escolher os objectos. Este cerco impede a compra, cinge o visitante, que não pega, não mexe e não compra, logo não gera receita. agradeço à Ju pelas fotos, pela companhia e pela amizade ;) e pelo profissionalismo, que até fiquei favorecida.