sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Colégios da Rua da Sofia - Coimbra

O texto seguinte faz parte de um trabalho de investigação desenvolvido no âmbito de um estágio para a Câmara Municipal de Coimbra.

As instituições denominadas colégios, sempre existiram por toda a Europa, estes anexavam-se às Universidades Medievais. O mesmo se passou em Portugal, inicialmente ao longo da Rua de Sofia vários Colégios e Conventos ergueram-se com vista a criar nesta rua uma espécie de “campus” universitário. Após a transferência da Universidade para Coimbra, algumas destas instituições deslocaram-se para a alta, de modo a aproximarem-se do Paço Real.

Aos colégios concorriam alunos de todos os locais, chegavam com sede de aprender as artes liberais e as ciências. Concorriam a subsídios, doados quer pelos mosteiros, catedrais, monarcas ou ainda por particulares. Uma vez que voltavam para a terra natal encontravam-se aptos para ensinar. A vontade de troca de conhecimentos sempre foi muito praticável em Portugal, sabe-se que D. Sancho I, em 1190, concedeu subsídios para manter os religiosos a estudar em Paris.


Deste conjunto de 23 colégios conimbricenses todos eles eram administrados por um prelado, denominado Reitor, com a excepção do Colégio das Artes que o denominava Principal. Cada colégio regia-se por estatutos pessoais e regulamentares, sendo todos eles variáveis dado as prescrições que os estatutos da Universidade nomeavam. Esta comunhão de conhecimento era sentida também nos actos públicos, visto que aquando da existência de procissões ou celebrações solenes os reitores dos colégios eram também convidados a participar.

Do lado Norte/Este da Rua, nasciam colégios e edifícios destinados ao ensino, ligados naturalmente a ordens religiosas. Do lado poente os colégios de S. Boaventura e de S. Tomás, habitações para professores, funcionários, estudantes e o comércio cresceram com vista a responder às necessidades da comunidade estudantil.

Do novo processo de urbanização destaca-se a seguinte evolução (Vasconcelos, 1938):
- 1537 transferência da Universidade para Coimbra;
- 1539 o primeiro colégio toma lugar à sombra da Universidade, sempre com protecção e subsídios do rei D. João III;
- 1557 morre D. João III e Coimbra conta já com 14 colégios;
- Finais do século XVI, conta com 16 colégios;
- Finais do século XVII, conta com 20 colégios;
- Finais do século XVIII, conta com 23 colégios.

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